terça-feira, 4 de maio de 2010

Uma visão da “educação” no mundo contemporâneo (Osvaldo)


Penso que muitos concordam com o fato de que nossa educação, de um modo geral, não vai muito “bem das pernas” (estou usando um eufemismo muito sutil).
O modelo vigente, seja pedagógico ou estrutural, que visava formar meramente a “qualificação” profissional de inserção do homem num mercado competitivo, retrocede mil léguas com a desestruturação deste ambiente (escola), advindo de uma sociedade que mudou por completo seus “valores” (desvalorização do indivíduo, no caso), formando-o apenas para atender as demandas de alguns interesses em certas escalas sociais. No entanto esta “formação”, como todos sabem, é rasa, desprovida de uma “fomentação” do espírito crítico a ser imbuído nos discentes tanto quanto nos decentes, pois a “universidade” hoje também se transformou em outro recôndito da falta de entendimento da pós-modernidade, perdendo-se nas “cifras” que promovem os verdadeiros intuitos formativos.
Nós modernos não temos uma cultura para chamar de própria. Estamos cheios de artes, filosofias, religiões, ciências e costumes estrangeiros : somos enciclopédias ambulantes (o uso e abuso da História) .
A questão é “assimilar” o passado, usando-o para fazer nossa própria vida e cultura. Muitos defendem que a História é um peso morto para o presente, e isto pode ruir as estruturas das cartilhas de algumas proposições sociológicas.

Olhando por outro prisma e aqui fazendo uma abstração do núcleo de debate proposto em torno de três sociólogos neste fórum, sendo que um obliterado pela grande maioria, poderíamos dizer que a educação nos dá muitas informações sobre a cultura; seu produto é a assim chamada pessoa educada, que possui um excesso de historia e não pode viver uma vida autêntica por si mesma. A educação insiste no “detalhe apurado” e na “objetividade fria”, que servem apenas para paralisar o projeto do individuo de auto-realização no mundo.
Talvez se quisermos de fato produzir uma cultura vital e autêntica, teremos de ser “menos educados” nos moldes tradicionais das cartilhas fossilizadas perante os clamores de uma pós-modernidade. Alguém já disse que certas situações da sociedade eram “contingentes” , transitórias, mas elas perduram até hoje. Mas outro alguém disse que tais idiossincrasias perdurariam mediante a culminação, o ápice de um sistema que convergiria suas falácias na própria “cultura”.
A cultura, as crenças e os valores que caracterizam qualquer grupo ou classe não podem ser criados apenas pela educação. Os maiores povos algumas vezes produzem um gênio, mas esse raro evento ocorre mais frequentemente em culturas onde o Estado está menos imiscuído na educação de seus súditos.

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