Por certo volitar entre as dúvidas mais áridas e duras do saber filosófico não é algo que anima ninguém, e por certo é natural que o homem procure suas muletas existências. Penso que há uma tênue linha que de fato explicita o que é uma liberdade, calçada na liberdade apenas de conferir que toda crença verdadeira é falsa, e requer rigor e coragem para com a própria existência para assim a promulgar.
Naturalmente todo o processo dos pensamentos aprioristicos humano jaz sob uma carapaça de pseudofilosofia. Como pode a própria razão determinar os fatores de cognosciblidade de algo que está sumariamente vinculado à crença do que é tido como verdadeiro?
O sentido real do que é filosofia, e em especial o da filosofia universitária, não pode recair sob conceitos ajuizados e da posse das proposições filosóficas ao longo da história tidas como certas em nosso juízo. Mas é claro que isso é uma sugestão acadêmica e não mandatória.
Até que ponto de fato estamos “filtrando” as crenças verdadeiras sem nossos juízos de lado? Não saborearíamos certo vislumbre da complexidade da filosofia se ao menos deixássemos nossos juízos momentaneamente de lado?
A filosofia deve ser uma reflexão sistemática, e não “um por todos e todos por um”. Análogo a um viés democrático, é salutar que possamos abraçar conceitos diversos com a suspensão dos juízos e que os mesmos conceitos possam gerar a escala dialética ascendente de acordo com os seus antagonismos. Se então temos uma indissolúvel crença em um viés exclusivista, o filosofar no sentido estrito já se corrompeu.
É evidente também que a instituição universitária no ensino de filosofia esteja mais aprumada com sua historicidade e linha do tempo, classificando-a em momentos distintos na historia. Mas também perdemos muito em não fazer uma intertextualidade de todos esses fatos com a contemporaneidade da filosofia, hoje, e seus grandes pensadores, cada vez mais “emblemáticos” ao desafiarem toda a filosofia passada.
Hoje temos problemas filosóficos que também inclui a própria metafísica como pretensa candidata à obliteração, pois o que se apregoa hoje é que, historicamente, essas questões que estão simplesmente fora do escopo da investigação humana sempre exerceu um fascínio sobre os filósofos, e ainda não é compreendido o que se pode obter da existência de uma dimensão metafísica como uma égide sobre um mundo em que fisicamente é onde nossos pensamentos e desejos têm alguma aplicação. Não obstante, no seio da filosofia analítica, hoje, temos uma pesquisa sobre a linguagem.
Propor aqui uma via de exclusão ao terceiro comentário, ou simplesmente abarcar aquilo que vai de acordo com nosso juízo somente seria incorrer de fato ao postulado kantiano de que nossa apreensão de mundo e das idéias passa por uma serie de categorias que a modela de acordo com nossa mente que está aquém de um conhecimento genuíno e certo, e de que nossa razão não é suficiente segura para ajuizar conceitos definitivos como de Deus e mesmo dos dogmas.
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