domingo, 6 de dezembro de 2009

Da auto consciência da mulher na sociedade (Osvaldo)


O fato é que (uma observação minha) eu percebo uma certa constância das mulheres em geral, não todas, levarem muito as elucubrações filosóficas antes por um crivo deveras emocional; isto é percebido em muitas comunidades.
Um pensamento raso meu com toda certeza. Mas ainda quero tentar provar o contrario.
Já fiz convites a algumas delas, de outras comunidades, mas até agora uma velha conhecida se prontificou, e foi bem autentica dizendo que só dará futuras contribuições quando estudar mais acerca de Schopenhauer.
Não obstante, é desnecessário citar o escárnio de tantos filósofos sobre elas, algo que não concordo muito, ou em quase nada; pois se inserem na questão de "ontologia" assim como nós os homens; portanto talvez a importância do existencialismo para todos nós, quando este se resume também em "humanismo"; ao menos o de Sartre, que com sua companheira, de modo de um não interferir no outro, teve uma grande crítica ao seu lado!
Uma é a inexorável questão de sentimentos que impregnam as mulheres no que se refere à sua composição e o papel que lhe foi "concebido" ao longo das eras.
Não precisamos nos basear em filósofos e nem em axiomas aqui para tal; pois mesmo perante uma observação constante de seus atributos, comportamentos, e anseios; podemos inferir como ela se "apercebe" no meio social.
Hoje a mulher mais do que nunca procura sua autonomia em contrapartida ao "poder" masculino estabelecido; já não são meras donas de casa, e menos que isto, subservientes ao homem no papel esposa.
Não raro, nos deparamos com algum homem que não se sinta "ameaçado" com a análoga inteligência feminina; ou o desconforto por estas não seguirem mais seus padrões de outrora quando o flerte era proveniente do homem no geral; ou seja, a mulher frente à seus desejos sexuais é sinônimo de "promiscuidade".
Ao meu ver, há muitos resquícios em todas as partes de machismo e autoritarismo por parte dos homens que ainda sufocam uma inconsciente tomada de atitude da mulher em seu real posicionamento no "estar aqui", no "vir a ser".
Podemos também citar o existencialismo, que de seu pressuposto da liberdade das nossas tomadas de atitudes mediante os estratagemas do "mundo" e "consciência" de estória de vida, a maioria das mulheres talvez sempre preferiram e preferem optar pelas "estórias" que foram e são precedentes de sua atual condição mediante a sociedade; ou seja, o "formato" daquilo que já conhecemos. Muitas outras vão preferir optar em dizer que "o inferno são os outros" também quando se mobilizarem em causa própria; mas mesmo neste parâmetro tanto o homem como a mulher não pode se dissociar um do outro, pois se "precisam" mutuamente para este "menu" de opções no qual na sociedade os outros são nossos "observadores" enquanto sujeitos.
Eu particularmente penso que a elas não foram dadas as oportunidades iguais à de um homem; seja no seio familiar, seja por processos de repetição de modelos impregnados, tanto em nível de "inconsciente coletivo".Em suma: uma matrix exclusivamente feminina. rs...rs..., ou uma alusão à alegoria da caverna de Platão na qual as mulheres não se apercebem de seus reais e melhores atributos; uma evolução de personalidade estagnada e de forma até equivocada se si mesmas.
Mas a realidade é esta e as idiossincrasias "colaterais" do sexo frágil estão aí.
Raramente a mulher foi citada no passado como uma filósofa, salvo algumas personalidades que passam desapercebidas até na historia da filosofia; que na maioria das vezes não tiveram um final feliz. Talvez se adotássemos o método desconstrutivista para esta analise poderíamos achar mais elementos; ou então perguntemos, se assim fosse possível, para "Simone de Beauvoir", Marilena Chauí (apesar desta ser muito tendenciosa) e Viviane Mosé; intelectuais que eu admiro muito.
Alguns outros dados para complementar minha postagem anterior; pois penso que aqui de fato a questão da mulher deva "transcender" pressupostos temporais, e creio que no Existencialismo isso é possível de se "realizar" ao menos no intento de questionamentos mais profundos.
Simone de Beauvoir influenciou muito Sartre e foi uma figura importante do Existencialismo. No entanto, talvez seja mais lembrada por sua influência no feminismo.
Seu livro seminal "O segundo sexo" iniciou uma nova onda de feminismo que também questionava a filosofia e sua incompreensão da natureza histórica e específica da opressão da mulher. De Sócrates a Sartre, a questão da mulher havia sido filosoficamente invisível. Isso era muito estranho, já que as mulheres pareciam constituir uma grande parte da humanidade. A pergunta "o que é uma mulher?" perturbava os filósofos.
Sartre acreditava na liberdade, a liberdade de tomar decisões, de dar "saltos" existenciais para o desconhecido. A pergunta de Simone em "O segundo sexo" era: como explicar a eterna opressão das mulheres se todo mundo tinha essa liberdade? Seria uma opção delas?(coadunando com minha postagem anterior) ou esse potencial de liberdade seria meio ilusório, especialmente para a mulher?
A filosofia pretendia ter respostas para tudo, mas nem sequer fizera a pergunta. Esse era realmente um problema importante que não acabaria.
Se a filosofia concebia a mulher como "outro" em relação ao homem, e, portanto, como subserviente, a própria filosofia estava deixando de conceituar as condições sob as quais operava. Estava tão cega quanto os homens na caverna de Platão.

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