domingo, 11 de abril de 2010

Os Pré- Socráticos - Osvaldo


Penso que o que se torna relevante mediante sua pressuposta “dúvida” acerca dos citados filósofos é o fato dos próprios historiadores elaborá-los de forma conjectural.
Creio que nós homens acreditamos muito mais em coisas “abstratas” do que as de fato são pertinentes ao histórico de nossa civilização ocidental e seu pensamento em seu sentido ontológico, pois a busca e elaboração de uma metafísica sempre nortearam bem mais a filosofia, até certo ponto, do que as reais necessidades do homem para o bom convívio com esta metafísica, não a tornando uma confluência de forças opostas. Se verificar, verá que muitos outros pensadores, como os grandes empiristas, racionalistas, existencialistas ou mesmo os idealistas, já conseguem dar uma forma mais “atada” em suas proposições.
No entanto, esta capacidade de abstração acerca da própria transmissão do conhecimento via oral se torna “intangível” , uma vez que apenas nos focamos, “logicamente”, em apenas um uso da linguagem que é a escrita, desvalidando a grande importância da “fonética”, que é o pilar da linguagem. Um não pode conviver sem o outro.
O assunto é por demais extenso e como a filosofia em si nos convida para um saboroso debate interminável acerca de “veracidades”. Não obstante, penso, particularmente, que este assunto não é uma das grandes “pedras” da filosofia.
Você pode talvez adotar o método cartesiano para chegar à suas convicções, se for o caso (vide René Descartes) que coloca em dúvida toda forma toda epistemologia até então do conhecimento e de si mesmo, e desenvolve um método para poder chegar a algumas verdades e mesmo a Deus. Este foi um grande racionalista e um dos meus filósofos prediletos, e foi “refinado” por Espinosa posteriormente.
Uma das grandes questões acerca da filosofia é sua própria definição. Subjetivamente, conotamo-nos de diversas maneiras em “proveito” próprio, bem mais do que alargar nosso campo de visão de forma a abarcar a própria dialética que provém delas todas, e resulta nas diversas outras filosofias existentes atualmente.
Penso que o verdadeiro exercício filosófico é o das extremidades, ou seja, a única forma de “experimentarmos” determinadas proposições é mergulhando fundo nelas, bem mais do que vagar em suas superfícies periféricas.
Já que não há um consenso sobre o que é “filosofia”, vai ver que essa não é a pergunta certa para se começar, mas em geral a filosofia começa com a pergunta errada ou com a resposta errada.
Em grego ela significa “amor à sabedoria”, o que parece uma boa definição, mas não nos leva muito longe, já que ao longo da história, o conceito de “sabedoria” sempre provocou discussões acirradas.
Marx e outros anunciaram a morte da filosofia. (isso cria dificuldade para os filósofos profissionais.) um italiano chamado Gramsci disse que todo mundo é meio filósofo.
Muito antes, Platão tinha dito que as coisas só iam entrar nos eixos quando os filósofos governassem o mundo. Outros filósofos dizem que a filosofia ensina que nada tem sentido. Assim governar seria difícil.
Confuso? Então vamos para a definição de Bertrand Russel para tomarmos como ponto de partida: “A filosofia é a terra de ninguém entre a ciência e a teologia, exposta a ataques dos dois lados”.
E não podemos nos esquecer aqui que o eixo da historia do mundo passa, aparentemente, pelo século V a.C,em meio ao processo espiritual ocorrido entre 800 e 200 a.C, que viu Confúcio e Lao –Tse na china, os Upanixades e Buda na índia, Zaratustra na Pérsia, os Profetas do velhos testamento na Palestina, Homero, os filósofos e os tragediógrafos na Grécia.
Qual seria a diferença de uma “carta” evangelizadora e sua posterior escrita, passada antes de forma oral, e da dos filósofos que são inclusive posteriores a este advento? Seria um “toque” de racionalidade que o tornaria inviável?
Talvez apenas acreditamos somente naquilo que nos convém, e novamente nos remetendo a Sócrates, acerca de nós mesmo conhecemos muito pouco, sempre!

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