sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Descartes e Platão, uma intertextualidade - Osvaldo


Penso que podemos dizer que há uma linearidade no que tange os métodos da filosofia através do tempo.
A saber, podemos dizer que Sócrates estipulou a maiêutica; Platão a dialética e a reminiscência; Aristóteles a lógica; a idade media a disputa; e em Descartes uma metodologia que perdura, mesmo “aos trancos e barrancos”, por que de “razão” não se tem nada no homem moderno, desde a modernidade filosófica.
Filosofia esta que gerou impacto profundo após sua concepção, após a renascença , na qual Descartes muda completamente o aspecto dos “métodos”.
É interessante salientar que o método não recai mais sobre a discussão posterior à intuição, quanto sobre a própria intuição e os métodos de consegui-la.
Disto podemos inferir que o método filosófico na Antiguidade e na Idade Media se exercita principalmente depois de ter obtida a intuição, ao passo que o método filosófico da Idade Moderna passa a exercitar-se na principalmente antes de obter a intuição e como obtê-la.
De acordo com o Discurso do Método de Descartes, e as idéias filosóficas deste que preocupava como poderíamos chegar a uma evidência clara e distinta, como chegar a uma intuição indubitável e distinta, quer dizer como chegar a uma intuição indubitável da verdade.
Os caminhos que conduzem a esta intuição (não os que depois da intuição a garantem , a provam, ou a depuram, mas que conduzam a ela) são os que principalmente interessam Descartes.
O método é agora pré-intuitivo, e tem como propósito inicial conseguir a intuição.
Aí nos resta uma indagação: como se pode conseguir a intuição? Não se pode conseguir mais do que um modo, que é procurando-a; quer dizer, dividindo em partes todo o objeto que nos aparece confuso, obscuro, não evidente, (alguma intertextualização aqui com Platão?, Ou engano meu?) até que algumas dessas partes se tornem para nós um objeto claro, intuitivo e evidente.
Então já temos a intuição.

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