sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Acerca da verdade de cada um - Osvaldo


A grande problemática está no “refinamento” final da verdade de cada um, que por assim dizer irá gerar o que concebemos hoje por relativismo endêmico.
Como em uma dialética ao modo de Sócrates, o que pretendemos na maioria das vezes é um debate no qual nossas crenças mais íntimas estarão ocultas, ou no mais tardar, a opinião alheia é obliterada de forma subliminar neste composto dialético do retentor da verdade (quem de fato abriria mão de suas verdades finais mais “pungentes”?) como em um debate entre amigos, o dito é que religião ,futebol e política não se discute, portanto a dialética é meramente estanque a determinado ponto de sua elucubração.
Na época de Sócrates isto seria algo tremendamente elucidativo, mas hoje não mais, pois o relativismo é fossilizado nas entranhas do ser, quando não muito,hoje, é uma verdade em nível dogmático através das impressões dos sentidos ou do pragmatismo funcional.
A saber, a filosofia trata dos assuntos mais delicados, aqueles que poucos ousam debater no viés da dúvida como princípio e de uma crítica que a antecede.
Isto está muito caracterizado conforme explica Nietzsche na confluência de forças antagônicas e internas engendradas pelo próprio homem, em uma análise da subjetividade humana. Ao mesmo tempo em que queremos algo, simultaneamente não queremos nada.
A filosofia, em última análise, serve para demolirmos as crenças mais pueris apreendidas ao longo da vida, e mesmo assuntos de cunho metafísico se tornam mais claros e menos dogmáticos quando os tratamos a partir do olhar ontológico, do ser,da subjetividade, e não mais daquilo que é externo a nós e imposto.
Voltando a Nietzsche, de fato a idéia de um homem “ideal”, ao menos no que tange toda a capacidade humana de valoração da espécie, é ainda algo póstumo que assim já preconizava o filósofo em seu tempo, mais de um século atrás. Ou seja, não somos capazes nem ao menos de sermos homens de bem e racionalmente “ordenados” e libertos mesmo mediante do pressuposto de antologia pura, já que neste caso se descarta toda a metafísica, e se há alguma metafísica implícita, é a do temor!

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