Bem-vindo ao blog "O COGITO" de ensaios filosóficos, de autoria de Osvaldo Rinaldi. A filosofia é antes de tudo uma atividade racional. Para a filosofia não existem respostas certas, mas sim perguntas certas a partir do assombro filosófico no qual somos acometidos, fora da caixa. Paradoxalmente ao senso comum, Inverte-se a ordem de que "é preciso crer para compreender" para "é preciso compreender para crer". Por fim cito minha infinita afeição pelo grande racionalista Descartes.
domingo, 12 de setembro de 2010
Que racionalismo? Que homem inteligente? – Osvaldo
A proporção da do racionalismo humano é diametralmente oposta à ignorância do homem, este ainda que mantém suas características da ignomínia pré- histórica.
Não se trata apenas das crenças verdadeiras ou do senso comum que expressadamente volitam os recônditos do ser, mas da própria má vontade em se livrar desta puerilidade endêmica do intelecto.
Como já não bastasse o próprio mau uso da racionalidade em detrimento das opiniões claras, livres de preconceitos e humanisticamente inteligentes, o homem atual prefere se submeter ao crivo da “imbecilidade hiperbólica”, com permissão para o uso do termo cartesiano, para justificar suas tolices e falta de bom senso.
O que vemos hoje em dia é uma progressão do homem ao “concretismo” de suas idiossincrasias nefastas e mal julgadas. De sua ação na sociedade, meio ambiente e política. Como podemos atribuir isto ao racionalismo? Que racionalismo poderia ser este, que é completamente oposto ao verdadeiro principio do racionalismo filosófico? Não estaríamos confundindo racionalismo com racionalidade e suas corruptelas etimológicas?
De racionais, ou mesmo de “racionalistas”, não temos nada. O homem ainda prefere o relativismo de suas próprias proporções que ainda não se faz caracterizar como um ser atrelado à sua alteridade e de noção do outrem.
A saber, o homem é inexoravelmente um ser racional, e um dos papéis da filosofia, que é analogamente racional, é proporcionar ao homem “insights” claros e objetivos acerca daquelas questões que estão fundamentadas no escopo da investigação humana.
Não há erro nenhum em se admitir o homem como ser racional. Não há mácula, preconceito, tampouco evidencias claras de que ser racional é conformadamente igual a ser um idiota, como aqueles que apregoam a incapacidade humana de conhecer as “verdades” que são perenes a todos os homens, dadas à subjetividade, ao ser cognoscente.
Os relativistas, os sofistas, estão situados em um patamar de má crença no próprio ser humano no que tange sua capacidade de alçar um humanismo global e de entendimento uníssono.
Oras, se somos uma espécie de iguais, qual seria então a infamidade e inverossimilidade que propõe o relativismo até nossas entranhas? De certo somos seres diferentes uns dos outros em instâncias psíquicas ou talvez de como abordamos o mundo, mas não ocorre o mesmo quando o assunto é uma imanência das questões de comum acordo para todos, que abarque o humanismo e a desaceleração das idiossincrasias sociais, tanto quanto a própria forma do ser se relacionar com sua alteridade e contingência.
Ao propor que o homem é a medida de todas as coisas, os relativistas se esquecem que nesta proposição jaz algo um tanto quanto primitivo, de cunho estagnado em conceitos análogos àquilo que experienciamos de acordo com nossos sentidos primitivos de sobrevivência somente .
Para reforçar esta selva de esquizofrenia que o homem se encontra hoje, os assuntos que nos remetem ao sobrenatural são repletos de evidencias dogmáticas é mau fundadas que tratam de Deus, ética e moral.
Se alguém me disser que pode provar que Deus o outorgou a professar em seu Nome, direi que este alguém é falacioso e decrepitamente alucinado, sem bom senso e sem maturidade intelectual frente às questões de cunho incognoscível. Seria muita pretensão alguém querer falar em nome de Deus, de seus desígnios, das causas primeiras ou finais. Não obstante, apreender de forma racional a ordenação do universo torna-se uma capacidade latente no ser humano, assim como as idéias inatas presentes em todos nós, mas isto se torna uma faculdade de autoritarismo dogmático ao impingir no próprio homem temor, desavenças, baixo estima, esquizofrenia e irracionalismo quando de seu mau uso. Em um sentido lógico, é muito mais que claro que uma idéia de perfeição não contém, para todos os efeitos, as disputas irracionais dos homens acerca de suas veracidades religiosas.
Estamos apenas galgando passos muito curtos rumo a um racionalismo de fato. O que somos apenas é um ser na sua infância.
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