domingo, 1 de novembro de 2009

Eros ou tânatos? Apolíneo ou Dionisíaco? A morte intelectual (Osvaldo)


Os conceitos modernos e ultra virtuais, que são na sua contingência ainda de ordem subjetiva advindas da procura por respostas de como situar-se no mundo atual, ressuscita varias proposições de ordem ético-moral e mais do que nunca metafísicas.
Apregoa-se que, no entendimento mais racionalizado em vista da realidade subjetiva e da ordem que concebemos o mundo, o que lhe propõe prazer esta intrinsecamente relacionado com o desejo de viver, que é “Eros”, ao passo que, dentro ainda destas percepções voláteis e frugais, sua contraposição é “morte”- Tânatos.
É certo que na individualidade e característica de cada qual o que prevalece sempre será o modo particular de ver as coisas, e estas, sempre são de ordem empírica e causais na nossa mente.
Precisamos então entender que os valores, condicionamentos, observações do mundo em nossa volta, e intelectualidade do observador que se atém ao reducionismo da equação Eros – Vida, se limita a tão somente categorizar estes conceitos, escapando ainda da percepção de si mesmo nesta contingência.
Como poderíamos apenas classificar o que é o ímpeto de vida e o que também a cerceia? Pela mera supressão da do sofrimento ou o que nos propõe prazeres absolutos?
A psicologia poderia muito bem tratar destes tratados enquanto movimento das grandes massas, mas a filosofia propõe um estudo da fenomenologia para tal, que não pode ser desprezado, ou seja, há uma distinção entre pensar o que é de fato “ser” e o porquê se pensa desta forma.
O que se atém a Eros, a priori, podemos dizer que são sensações do prazer mais imediato como assim é o sexo e suas formas mais lúdicas. Este se situa nas esferas mais abrangentes do ser humano e, consequentemente , desvela-se latententemente, empiricamente e causalmente uma ampla gama de atribuições para objetivar tal estado de prazer, assim como se dá a forma os prazeres mais elementares extraídos da subsistência do ser humano como o calor, alimento, afeto e toda sorte de manutenção a vida.
Não obstante, pode-se dizer também que a antítese ao supracitado, embora suscite na esfera da temporalidade da razão determinista a idéia tanática, é uma proposição ou até via de regra para elucidar as reais aspirações da “idéia” do ser humano que vive mais focado em sua própria natureza mais do que sentidos e percepções temporais das representações que sua mente impinge a si mesmo, salvaguardando suas necessidades básicas e estas não a revelia.
O que mais ouvimos atualmente é uma determinante acerca de nosso bem estar em oposição com o verdadeiro conteúdo que habita as reais necessidades do homem, como a mídia de forma geral no seu papel avesso, inculcando uma falsa realidade e aspirações para além de suas capacidades, sendo estes estéticos ou mesmo sociais; a hiper tecnologia que rouba uma grande porção da capacidade do homem de criação e pensamento crítico, a má educação escolar na qual não se advém indivíduos críticos, e por fim, mas não último, o norteamento que as grandes massas seguem desviando-se da auto-conscientização política e sócio-econômica, valorizando-se mais a realidade subjetiva da aquisição dos prazeres imediatos do que o bem estar coletivo e uma ética assertiva mediante os devaneios políticos e seus praticantes. Desvela-se mediante de nós então um ciclo de vicissitudes.
Forma-se a partir disto um embasamento da morte intelectual, que contrapõe a idéia de “Eros” pelo fato de que estando o ser humano nessa dormência intelectual não está apregoando sua própria salubridade intelectual e até racional ao não confrontar o que de fato o mantém muito além da apreensão de si mesmo.
Outra inserção que se adequa aqui é a dicotomia do homem “contemporâneo” com o metafísica, de sua necessidade de crenças no “para além desse momento”, que promete, equivocadamente em si, um objetivo final para além desta realidade no qual se faz valor a perpetração do mundo subjetivo concomitantemente ao juízo de que nesta dualidade se encerra o ciclo homem-existência, na promessa de, ou de um deus redentor, ou punitivo.
Isso também nos remete ao “Apolíneo e o Dionisíaco”, um embate filosófico ou necessidade de nos despertamos perante o que seguimos de convenções, dogmatismos, formatos e estatutos, mesmos os religiosos, em contraposição com o que de fato queremos, somos ou necessitamos, dentro de uma perspectiva de resgate da capacidade humana de criar, recriar e criticar, de longa data tolhida por nos mesmos, que deixamos desprotegida a lacuna do saber e da lucidez morrendo intelectualmente, já que assim entendemos o mundo na sua representação.

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